A vulva e vagina são colonizadas por bactérias chamadas de lactobacilos de Doderlein  que são  extremamente importantes para a proteção contra infecções e secreções indesejadas.

Na infância normalmente não há secreção vaginal visível e só começa a ser produzida na adolescência após a primeira menstruação, tendo odor e características típicas (cor clara) e é fisiológica.  Após a menopausa a vulva e vagina voltam a ter um ressecamento normal para essa fase e necessita de cuidados específicos

Dessa forma, temos que ter alguns cuidados para que a higiene seja adequada, evitando que os lactobacilos sejam removidos tendo como conseqüência as infecções.

 

Cuidados com a higiene íntima

– A vulva deve ser lavada uma a duas vezes ao dia com sabonete líquido (sabonete íntimo ou infantil ou neutro) devendo ser evitado uso de sabonetes em barra. Os lenços umedecidos devem ser utilizados apenas  em situações de necessidade (durante a menstruarão por exemplo);

– As duchas vaginais são totalmente contraindicadas devido a remoção da microbiota local e deve ser realizada apenas sob prescrição médica. O mesmo vale para o banho de assento.

– Agora em 2018,  a “vaporização vaginal “ está na moda e nada mais é do que um banho de vapor envolvendo ervas aromáticas. Atualmente são  oferecidos em spas e salões de beleza em todo mundo.  Reforçamos que este tipo de prática não traz benefícios, pois remove a secreção natural e equilibrada da vagina;

– Em relação aos pêlos,  orientamos  mantê-los aparados para higiene e menor acúmulo de secreções. Quando removidos, ter cuidado para não provocar abrasões e fissuras por trauma, predispondo a foliculites e abscessos;

– Quando falamos de vestimentas, preferir calcinhas de algodão, saias  e calças  não apertadas para que a genitália fique menos úmida.  Mulheres que tem suor excessivo ou atletas devem trocar de calcinha durante o dia para que área fique seca;

– As calcinhas absorventes que chegaram no Brasil em 2017 podem ser utilizadas por 4 horas (apesar de o fabricante colocar até 10 horas) e devem ser lavadas (de preferência deixar secar ao sol , já que malha absorvente possuem várias camadas, dificultando a secagem ideal);

– O uso de absorvente diário deve ser evitado pelo mesmo motivo. Quando usados, preferir  superfície de algodão;

– O absorvente interno e coletor mesntrual (copinho) não trazem riscos a saúde da vagina desde que trocados a cada 3 horas ou no máximo 4 horas.

 

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Lembro que a secura vulvovaginal crônica (da pós menopausa) e as securas transitórias (do pós parto ou decorrente da quimioterapia) deve ser acompanhada pelo seu ginecologista. As opções terapêuticas incluem cremes  vaginais (hidratantes ou hormonais) e óvulos.

Atualmente temos o laser e radiofreqüência como coadjuvantes eficientes no tratamento dos sintomas urogenitais, melhorando a qualidade de vida da mulher ao aumentar a lubrificação na relação sexual, diminuindo as perdas urinárias e infecções urinárias recorrentes.

Converse  com seu médico para indicar os produtos e tratamentos adequados de acordo com  sua necessidade e assim poderá desfrutar de uma vida mais tranqüila, sem infecções vulvovaginais, odores e coceiras.

 

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Por Dra. Mayka Volpato dos Santos Vello